SENHOR DO TEMPO

Do que fosse feito a vida
não se podia prender a esperança,
nem controlar o que de nós não é.

Já tinham me dito,
“ela é a última que morre!”

Cabe a Deus ter a sorte de senhor?

Só ele pra dizer do tempo de navegação.
Só ele pra relembrar o que demanda respeito.

Mas Deus ensinou aos filhos o amor pelo alheio.
E, antes, por si!

De sentir o amargor podemos dizer o que
dói como féu na boca .

Eu mesma fiquei olhando o menino no contar dos minutos.
Os olhos parados, vendo tudo padecer.

Não sei descrever a angústia que foi imaginar, alma que devia ser pura,
no controle da perdição.

Foi doído ver criança que merece apreciar canto de passarinho, aguardando um último suspiro.

Um olhar de dono,
que desconhece o verdadeiro senhor da vida.

Dia 22 de agosto de 2012
(deiaquintino)