Foto de BOO QUINTINO ( 100% iphone )
Boo Quintino veio do desejo imenso de intensificá-la. Qdo eu mesma não esperava surtir no ventre a rapidez da vida.
Parecia já tê-la visto, pois conjuguei seu físico em acertos no nosso primeiro encontro. Olhos miúdos e puxadinhos, nariz bem articulado, mãos com personalidade e uma belezura serena - que hj ainda briga com sua ligeirisse captada no meu convívio.
Uma vida de partilhas e aprendizados que me estimula.
Músicas relembradas que, decerto, pautaram o seu bom gosto em apreciar também o meu jazz.
Eis que dia agora - no contar dos 9 anos, Boo apaixona-se mais pelo meu iphone do que pela minha "máquina fotógrafica possante".
Em uma conclusão lógica...e daí? Importante é o seu exercício de "captura"/abraços dos átimos da vida. Elaborar o olhar no notório dos segundos que, de alguma forma, nos levam a algo que ali passou, esteve em nós.
Escrevo tudo isto para que entendam a imagem acima e a autora e, por fim, a estória que eu, na leitura do que o outro me concede, faço em colcha dos retalhos das vidas, dos encontros.
Esta foto BOO tirou de minha cunhada amada - que recentemente despediu-se das suas filhas...anjos que ainda marcam a nossa escuta, as nossas lembranças em cada segundo. Escutas que por vezes também ultrapassam as janelas de nossas compreensões. Pois as queremos ao pé do ouvido. Como as queremos!
Foi realizada em um final de semana que tivemos o prazer de poder partilhar e preenchermos, em nossas trocas e companhia, o tempo ao lado destes irmãos que temos amor sincero.
Qdo vi esta imagem, me senti profundamente tocada. Profundamente comovida. As mãos postadas no parapeito da janela, uma luz intensa desejando entrar para um espaço que ainda comparece no sentido da solidão. E, se possível sem quaisquer obstáculos que representem grades (mesmo a serem arrematadas por vidros).
Fiquei por tempo olhando e desejando que esta luz entre constante e com intensidade, para que um dia BOO possa novamente registrar uma imagem cujo contraste seja o contrário do que a forma conduz, sendo o conteúdo da forma visível.
Eu acredito na luz e acredito que ela é capaz de nos proporcionar desenhos diferentes sob o foco do nosso sentir, perceber e olhar. Registrando em nós todo tipo de estórias, estórias reconstruídas e que possam ser contadas por escritores que ainda tem a vida como um presente presente.
E é claro, se eu fosse senhora do tempo, faria isto em um estalo. Mas o tempo, o tempo - não sei mais se tudo cura, mas tudo modifica - das alegrias e das tristezas. E o tempo, o tempo não para, não para não.
(fico deiambulando aqui o que só consigo com as palavras - dquintino 11/1/2013)
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