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1 de julho de 2012

O ENCONTRO



Julho,
um frio de cidade grande,
mais inóspito que os demais.

Sairam para tomar café
sem encontro agendado,
esperavam ver-se!

Sentou-se em lugar, 
dito de sempre, sem fim. 
Aguardou lendo fotografias de lugares respirados.

Ela chegou por último,
sempre atrasada,
fazia parte da rotina.

Não trocaram palavras, tantas foram ditas,
conheciam vírgulas e pontos.
Estas sensações não eram exatas, mas eram suficientes!

O barulho sem voz preencheu os minutos de surpresa,
não ouve cumprimento.
Ouve um abraço, como o de alguém que volta após anos sem notícias.

Sentaram-se pra ver quem dizia primeiro, com sons.
Neste dia, especialmente neste dia, tentaram.
Só houve desejo.

Impossível resistir ao beijo.
Não sei se ele ou ela, adiantou-se.
Parecia combinado.

Sei que ela sorria e ele lhe beijava os sorrisos.

Beijar sorriso é algo diferente, posso lhe dizer.
Nele esta embutido um abraço de figueira envolvendo a árvore hospedeira.
Tem calor sentido, ao tocar o sorriso, a suavidade dos dias com orvalho.

Beijar sorriso tem que ser calmo e, longa-mente.
Nunca  ficamos impunes aos beijos no sorriso,
até musica invade.

Clic!
Estava longe, mas registrei,
para que houvesse apenas um,
único registro além das lembranças.

Não os vi mais, algo me disse ser momento,
destes que tornam-se ternos-eternos.

Levantei e fui embora, 
sentindo que havia tomado um café sem carências!

( dquintino - não me lembro a data  - mas faz tempo esta escrita )

O que tocou: Vanessa da Mata  - Palavras
http://www.youtube.com/watch?v=-G-j-bkw8Mk 





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