engraçado, sempre achei que a indelicadeza só pudesse acontecer em
momentos revelados a outrem. em verdade, ela surte da nossa própria impotência
frente a algo que não nos alcança. então atacamos o outro para nos
proteger das nossas inconstâncias.
raramente sofri indelicadezas de
quem não esperava. mas certa vez fui surpreendida em dois momentos.
caminhei com um sentimento de mágoa.
era comigo, perguntava como eu poderia ter me enganado sobre algo e me dado um "presente tão dispensável". mas tudo tem razões que acabamos por entender posteriormente, quando nossas janelas se abrem para horizontes já presentes.
decerto quando não estamos bem, ficamos susceptíveis a nos posicionar frente a algo que acolhe aquele momento. parece que macular-nos é propriamente o sentido exato da punição por algo que descobrimos inexato, mas não menos relevante em nossas caminhadas.
tudo muda o tempo todo e caminhamos em direção a nós na descoberta de que qualquer indelicadeza é capaz de gerar uma delicadeza, na proposta decente de mostrar-nos que passamos a ser "indiferentes" as indelicadezas - pois aquele instante não mais nos toca, passou, virou aprendizado.
somos empreendidos na supresa do convívio com quem foi indelicado. um convívio tão leve e sortido de bons desejos que passamos à frente e completamente modificados.
“Não posso dizer que cheguei aqui ileso. Toda
história tem dor, toda pele tem cicatrizes. As tristezas sim, definiram
muitas das minhas escolhas, eu escolhi ser melhor. Aprendi onde plantar
minhas raízes. Libertei meu coração às suas vontades. Tentei e voltei a
tentar. Se a vida é feita de passos, o horizonte é feito de sonhos. Ser
feliz demora, exige demais de nossas crenças,
cria inúmeras expectativas, mas chega. São pedaços do quebra-cabeça que
nos completa. Chuvas no momento certo, abraços que se alongam,
lembranças que nos alcançam, amigos que nos cercam, verdades que nos
guiam. A felicidade chega e a vida é mais fácil.
Ainda falta para me completar, mas o que tenho por perto é o que faz todo resto possível."
Crer - Danilo M. Martinho
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